O 4 de março marca o Dia Mundial de Conscientização Sobre o HPV- Papilomavírus Humano, transmitido entre parceiros pelo ato sexual e também, da mãe para o bebê, durante o parto, mesmo não ameaçando a evolução da gravidez e nem a saúde do bebê.
O médico oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, explica que o HPV possui cerca de 200 tipos de vírus conhecidos, sendo 14 variedades consideradas de alto risco para o desenvolvimento de câncer, a exemplo dos tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero; e os tipos 6 e 11, presentes em 90% das verrugas genitais.
“Embora o câncer de colo de útero seja o tumor mais frequente desenvolvido a partir da infecção pelo HPV, outros locais também podem sofrer ação do vírus, originando outros tipos de cânceres, como os vaginais, vulvares, perianais, no pênis, no ânus e na orofaringe (parte da garganta logo atrás da boca)”, alertou o oncologista. “Devemos aproveitar essa data para lembrar a sociedade de que, apesar de ser uma infecção comum, o HPV pode acarretar complicações sérias”, afirmou.
O oncologista ressalta que a infecção, geralmente, é assintomática e, quando há sintomas, os tipos de HPV que causam verrugas genitais são quase sempre diferentes daqueles que causam câncer. O surgimento de verrugas genitais chama a atenção para a presença de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por isso é importante que, nestes casos, a pessoa realize os testes para as demais ISTs.
Medina lembra que a vacinação ofertada gratuitamente pelo SUS- Sistema Único de Saúde para tratamento do HPV é uma opção segura e eficaz na prevenção da infecção pelo vírus e de suas complicações. Segundo ele, a vacina é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos; pessoas que vivem com HIV; transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos; e vítimas de violência sexual de 9 a 45 anos.
“Pesquisa recente encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), a taxa de infecção pelo HPV na genital atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual; e 41,6% dos homens”, revelou o oncologista. Para ele, essas porcentagens reforçam a importância da vacinação e da divulgação acerca dos demais métodos de prevenção. “O uso de preservativo interno ou externo e lubrificantes durante as relações sexuais também fazem parte dos métodos de prevenção do HPV”, lembrou.