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Março – mês de combate ao mieloma múltiplo

Brasil registra 7 mil novos casos de mieloma múltiplo todos os anos

Brasil registra 7 mil novos casos de mieloma múltiplo todos os anos

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O mieloma múltiplo é o terceiro tipo de câncer do sangue mais comum no mundo, com aproximadamente 188 mil novos casos diagnosticados a cada ano. No Brasil, estimam-se mais de 7 mil novos casos por ano, representando 1% de todos os tipos de câncer e 10% entre os cânceres hematológicos. É um tumor considerado tratável, mas não curável e, segundo dados globais, a maior prevalência é em pessoas acima de 60 anos; embora jovens também possam desenvolver a doença.

A médica oncologista Mary da Silva Thereza, diretora do CECAN-Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, explica que o mieloma múltiplo ataca as células da medula óssea chamadas de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias. “Por isso, neste tipo de tumor, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células do sangue, fazendo com que o paciente possa ter anemia, fraturas frequentes, várias lesões ósseas e ficar sujeito a infecções”, disse a oncologista. Ele lembra ainda que muitos pacientes também costuma sentir cansaço e eventual alteração nas funções renais.

O mieloma múltiplo é uma doença complexa e, embora não existam medidas claras para preveni-lo, adotar um estilo de vida saudável pode reduzir os riscos. Evitar fatores conhecidos, como exposição a produtos químicos tóxicos e radiação, pode ajudar a diminuir as chances de desenvolvimento da doença. Além disso, é importante manter uma rotina de exames médicos regulares, especialmente se houver histórico familiar da doença ou outros fatores de risco.

O diagnóstico precoce pode ser crucial para o sucesso do tratamento, por isso é essencial estar atento aos sinais do corpo. Segundo Mary Thereza, o tratamento varia de acordo com a condição de saúde e a idade do paciente. “Geralmente, pacientes com menos de 70 anos e bom estado geral de saúde, podem ser considerados para o transplante de medula óssea, um dos tratamentos mais eficazes para o mieloma”, disse.

Os tratamentos mais utilizados incluem combinações de fármacos, como corticosteroides, agentes imunomoduladores e inibidores de proteassoma; anticorpos monoclonais e esteroides. Para alguns pacientes, pode ser necessário um transplante de células-tronco ou radioterapia, especialmente em casos de dor óssea.

A oncologista revela, porém, que conforme dois estudos apresentados no Congresso da Associação Europeia de Hematologia (EHA) e publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine, em 2024, há novidades para o tratamento do mieloma múltiplo, tumor que ainda não tem cura, mas já dispõe de opções terapêuticas, fazendo com que os pacientes possam viver mais sem perder a qualidade de vida.

Ela conta que os resultados desses estudos mostram um avanço no tratamento do mieloma múltiplo e quando aprovados no Brasil, poderão ser considerados como opções terapêuticas para pacientes que enfrentam a doença. “Até 20 anos atrás, a sobrevida média desses pacientes era de 2 a 3 anos; hoje, a sobrevida global mediana passou para 8 anos”, finalizou.