Fui diagnosticada no final de 2017 com câncer no intestino e metástase no fígado, além de trombose na perna esquerda e anemia, com constantes internações. Com o diagnóstico, porém, veio imediatamente a sensação de cura, porque fui tratada com muita dignidade no CECAN. Eu costumava até brincar com a equipe, dizendo que eu gostava de ir lá porque me sentia uma rainha.

Foi tudo muito intenso. No começo eu me sentia perdida, confusa e com medo. Logo após o diagnóstico, fui encaminhada para a radioterapia. Antes, porém, fui tranquilizada pela equipe médica, que falou sobre minhas chances de cura. Apeguei-me a isso e segui em frente, sem duvidar um momento sequer que aquela fase logo seria parte de um passado remoto.

Meu tratamento seguia mesclando radioterapia e quimioterapia, sempre com os esclarecimentos de todas as minhas dúvidas e respostas para os meus medos. Nessa busca, conheci o Serviço de Psicologia do CECAN, que se tornou essencial em minha vida por manter-se ao meu lado o tempo todo, aliviando minha angústia ao lançar luz durante momentos obscuros em que enfrentei o preconceito que muitas pessoas ainda têm com relação ao câncer.

Recentemente, depois de novos exames e com a metástase no fígado já diminuída, passei por cirurgia para retirada da lesão que comprometia meu fígado. “Você tem fé”, perguntou o cirurgião. Quando eu disse que sim, ele apenas pediu para eu confiar em Deus e deixar o resto com ele. Acordei oito horas depois, com 50 pontos no abdomen… e curada!