Cecan

ENFRENTANDO O CÂNCER DE PEITO ABERTO

Conheça a história de três mulheres que resolveram romper a barreira do silêncio e contar suas histórias com o câncer, numa demonstração inequívoca de que a felicidade não está na ausência de problemas, mas na forma de encarar a vida!!

Confissões de Marília

 

Olá. Meu nome é Marilia Joly, tenho 70 anos e há sete, eu tive um câncer de mama.

Quando fui diagnosticada, eu não acreditava. Depois vieram os exames, a biopsia e não tinha pra onde correr. Tive que aceitar e fui logo perguntando para o meu médico o que a gente ia fazer. Comecei então o tratamento.

Foi quando conheci o Cecan e logo me deparei com uma equipe maravilhosa. Principalmente a Dra. Mary, por quem tenho uma afeição muito grande e com quem eu falo sem reservas o que está acontecendo comigo.

Passei pela quimioterapia e pela cirurgia para retirada da mama. Depois apareceram nódulos na outra mama, e nós a tiramos também. Após um ano e meio, descobrimos que eu estava com uma metástase na perna e um rombo enorme no fêmur que exigiu a implantação de prótese.

45 dias depois descobrimos metástase na coluna. Passei então por uma cirurgia muito grande na 2º, 3º e 4º vertebras e, quando achei que ia descansar, um ano e pouco depois, descobri que estava com nódulos no fígado.

Percebi então que teria uma longa história no CECAN e lá encontrei pessoas maravilhosas. A gente está sempre brincando, sorrindo e, às vezes, eu me pergunto se elas são treinadas para isso, ou se o CECAN foi privilegiado por encontrar meninas tão boas e eficientes.

Afinal, mesmo em um ambiente de tristeza, elas conseguem transcender e transformar o espaço em um ambiente de acolhimento. É meu amor daqui, minha querida dali, já vou meu bem; e assim elas atendem a todos, e ninguém para.

Eu sou muito positiva. Pelo menos até agora eu consegui ser assim; e acho que vou continuar. A gente dança conforme a música e eu faço questão disso.

Eu tenho uma fé muito grande. Não vou sarar, mas pelo menos vou viver melhor.

Procuro me alimentar bem, não faço extravagancias, preservo meus horários de descanso, não como fritura, não tomo refrigerante e tenho vivido bem.

As pessoas até admiram a minha disposição mesmo diante de todo esse tratamento, que a gente enfrenta de cabeça erguida.

Se fosse para deixar um recado eu pediria para que acreditem em Deus, na força da oração; é isso que nos leva para frente. Claro que chegar aqui e encontrar uma médica sorrindo para você e te ouvir, é importantíssimo.

Mas o que pesa mesmo é a sua força interior.

O depoimento completo, repleto de emoção e amor à vida, você confere abaixo:

 

A história de Isabel

 

Olá meu nome é Isabel Noemi, tenho 59 anos e sou casada com Mário Roberto, com quem tenho um filho de 14 anos que se chama Mário Henrique; e eu vou contar um pouquinho da minha história, do meu câncer de mama.

Era um câncer inflamatório, que começou com um inchaço, muita vermelhidão e machucou muito minha mama.

Mas quando o diagnóstico de câncer de mama foi confirmado, eu não me abalei. Graças a Deus minha base é muito forte, eu tenho apoio do meu marido, do meu filho, dos meus parentes e dos meus amigos e hoje eu estou aqui; graças a Deus e ao tratamento que recebo no CECAN.

Um acolhimento maravilhoso. Claro que ninguém quer ficar doente; eu também não queria, mas aqui é um ambiente muito acolhedor.

Faço meu tratamento há um ano e eu peço para que vejam bem o íntimo de vocês. Não guardem mágoas nem rancor. Não guardem tristeza, porque o emocional mexe muito com a gente. Eu senti muito isso.

E, apesar de eu ser uma pessoa muito positiva, muito alegre e sorridente, tive depressão e foi isso que piorou meu caso. Faço tratamento até hoje e estou feliz com o resultado e com acolhimento de uma equipe maravilhosa.

Eles até oferecem artesanato, atividade no Outubro Rosa e atuação da equipe Mary Kay, que vem fazer a maquiagem na gente. Tem também o pessoal da Ana Savóia que faz micro pigmentação na sobrancelha e aréolas dos seios, e as Amigas da Onça. É muito divertido é muito gostoso.

Também é fundamental ser otimista. Por isso, minhas amigas, façam o autoexame das mamas e não se esqueçam de serem positivas. Ao encontrar dificuldades na vida, procurem ajuda, inclusive apoio emocional.

Não deixem para depois!

O depoimento completo, repleto de emoção e amor à vida, você confere abaixo:

 

Carta de Eunice para você!!

 

“Olá meu nome é Eunice Guedes Lima Ribeiro. Tenho 44 anos, sou casada há 24 com Eliel e mãe de dois filhos; o Leonardo de 22 anos e a Laura de 19.

No finalzinho de setembro de 2018, encontrei um nódulo no autoexame e, como eu já havia retirado dois nódulos aos 19 anos, eu sentia que aquele era diferente dos outros. Ele era fixo.

Em outubro eu fiz a mamografia e em novembro o ultrassom e a biopsia, que confirmou o câncer e deixou minha mama muito quente e vermelha; e isso me assustava muito.

Voltei então à minha médica, que sugeriu minha internação dias antes da cirurgia devido a um abscesso do próprio tumor, que crescia rapidamente passando de 2cm para 5cm em apenas um mês. Comecei então a quimioterapia vermelha, que me causou enjoo e fortes dores no couro cabeludo. Foi quando meu cabelo começou a cair. Fiquei bastante estressada e eu pedi para o meu irmão raspar o meu cabelo.

Naquele dia eu chorei bastante. Senti muito o meu cabelo ter ido embora. Mas isso foi só naquele dia. Logo depois eu decidi que não ia ficar chorando por cabelo. Não queria perucas e  iria me adaptar aos lenços. Assisti a vários vídeos na internet e ri muito com a minha filha, tentando amarrá-los de formas diferentes.

Quando comecei as quimio brancas, meus cílios e sobrancelha também começaram a cair. Chorei de novo  até perceber que não adiantava chorar. Comecei a usar maquiagem e a fazer sobrancelha com sombra; pra não ficar sofrendo por coisas que naquele momento eram pequenas.
 
Mas em nenhum momento eu deixei de me divertir. Descobri que eu não precisava de uma cervejinha para ficar alegre e dançar; então continuei saindo com as minhas amigas e dançando.

Costumo dizer que existe vida durante o tratamento do câncer e que a gente tem que ser forte, lutar e fazer o que está ao nosso alcance. Fiz terapia, dietas e, durante todo esse processo, eu senti minha família ainda mais próxima e unida. Meu marido se mostrou um companheiro maravilhoso e meus filhos, bem mais fortes do que eu imaginava. Meus irmãos, minhas amigas; em nenhum momento eu me senti só ou desamparada.

A gente sempre ri muito pra mostrar que o tratamento não é o fim do mundo; da vida. Ao contrário, é o início dela.

Digo que fui curada de um câncer e que a minha alma também foi curada durante o tratamento, porque a gente descobre que guarda coisas tão pequenas dentro de nós. Percebi que, depois que você perde o chão para a doença e se sente desamparada, você começa a se reorganizar; a se ver de uma outra forma.

Eu me vejo antes do câncer, quando o meu cabelo era a minha beleza; e depois do câncer, quando descobri a beleza que existe em mim além dele. Eu passei a cuidar mais do meu rosto e a me ver bonita careca.

Eu me redescobri de várias formas e, então quero deixar uma mensagem para todas as mulheres: a primeira é para que façam o autoexame. A segunda, para que não tenham medo da doença.

Tenham medo de não se cuidar.

E não se esqueçam: corram atrás e sejam felizes; independentemente do que estejam passando, porque isso faz toda diferença.

Beijo!    

O depoimento completo, repleto de emoção e amor à vida, você confere abaixo: