Dia Mundial do Câncer
Taxa de sobrevida chega a 85% no CECAN
O CECAN (Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba) recebeu 1.045 novos pacientes em 2019; 85% deles pelo SUS- Sistema Único de Saúde.
A maioria, 65% dos casos, são provenientes de Piracicaba. Os outros 35% vêm dos 25 municípios da região para os quais o CECAN é referência na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação por meio da quimioterapia, da radioterapia e da hormonioterapia.
Segundo o oncologista Fernando Medina, 49% desses pacientes são homens e 51% mulheres em tratamento contra os mais diversos tipos de cânceres.
Os tumores mais incidentes são os de mama, que lideram com 28% dos casos; seguidos pelo câncer de próstata, com 23% das ocorrências; pelo câncer de colo retal (15%); de útero (10%) e de pulmão (9%).
Ainda com relação a números, o oncologista lembra que o câncer de mama representa 48% de todos os casos em mulheres; enquanto o câncer de próstata é responsável por 38% de todos os casos de câncer em homens.
Ele revela que, nos últimos anos, o CECAN tem registrado uma média de 1.200 novos casos da doença por ano, com altíssimas taxas de sobrevida; ou seja, de pessoas que não apresentaram recidiva da doença por pelo menos dez anos. “Nesta fase, elas são consideradas curadas”, explicou Medina, lembrando que a sobrevida para o câncer de mama ano passado foi de 85%; para o de próstata, 83%.
O oncologista credita as altas taxas à detecção cada vez mais precoce dos tumores, ainda em estágio 1 e 2, quando as chances de cura são bem maiores; à maior conscientização das pessoas, que têm se informado e recorrido mais aos serviços de saúde que, por sua vez, estão mais estruturados para a busca ativa da doença; e aos avanços da medicina, com equipamentos cada vez mais evoluídos e diagnósticos mais rápidos e precisos.
Ele revela que a oncologia registrou avanços extraordinários nos últimos 70 anos, quando a comunidade científica passou a conhecer e a desvendar a doença, tendo-se por base a evolução tecnológica que propiciou o surgimento da mamografia, da tomografia computadorizada e da ressonância magnética, fazendo com que a doença passasse a ser detectada, diagnosticada e tratada com mais eficiência e rapidez.
“Hoje, a radioterapia é potente e acerta o alvo via computação gráfica; as cirurgias são realizadas com apoio de robôs; contamos com a retaguarda da farmacologia, da biologia molecular, das drogas inteligentes e da imunoterapia; que juntas, potencializam novas descobertas e novas drogas fazendo com que o índice de cura para o câncer seja cada vez maior”, analisou Medina.
Quanto aos custos, Medina explica que o valor depende da complexidade e especificidade de cada caso. Ele afirma, entretanto, que no Brasil, uma grande quantidade de pacientes não tem acesso às principais drogas, que são caras e não oferecidas pelo SUS.
“São medicamentos que podem levar à cura ou ao aumento de sobrevida do paciente”, disse Medina apontando os altos custos do tratamento oncológico. Segundo ele, a boa notícia, porém, é que a sociedade organizada já está se mobilizando para que essas drogas sejam incorporadas ao tratamento do câncer pelo SUS.