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CECAN e COC projetam aumento de casos de câncer de cabeça e pescoço

A teleconferência internacional que o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba e o COC – Centro de Oncologia Campinas promoveram no último dia 1º de junho para atualização sobre o câncer de cabeça e pescoço trouxe uma constatação que já começa a preocupar a comunidade científica.

Segundo os oncologistas Fernando Medina e André Moraes, durante a discussão online travada com a médica Ana Castro, especialista em câncer de cabeça e pescoço no Centro Hospitalar do Porto, em Portugal, evidenciou-se que devido à ansiedade proporcionada pelo confinamento, o consumo de álcool e tabagismo entre pacientes oncológicos aumentou significativamente, chegando a dobrar em alguns casos.

“Pelo menos 30% dos pacientes oncológicos deixaram de fazer o diagnóstico nos últimos meses, o que nos leva a supor que, dentro de alguns meses, teremos um número maior de casos câncer de cabeça e pescoço, principalmente de casos mais avançados”, avaliaram.

Os oncologistas lembram que a discussão de casos durante a teleconferência disponibilizou importantes dados da literatura que enriqueceram a discussão. “São reflexões que trazem avanços para os serviços de cânceres no Brasil, porque permite acesso a especialistas que se dedicam quase que exclusivamente ao tratamento deste tipo de doença”, consideraram.

Medina e Moraes revelam que, em 2018, o CECAN registrou 56 novos casos de câncer de cabeça e pescoço, o que corresponde a 6% de todos os casos tratados.

Segundo ele, os casos apresentados durante a teleconferência mostram que o tratamento multidisciplinar oferecido na Unidade, com apoio de nutricionistas, psicólogos, médicos radiologistas, cirurgiões e oncologistas clínicos, faz com que o sucesso do tratamento seja evidente, mesmo em casos tão avançados e de difícil solução.

Eles revelam que o câncer de cabeça e pescoço é bastante frenquente na região de Piracicaba e Campinas. Só no Brasil, são registrados 15 mil novos casos da doença por ano, sendo 11 mil deles no sexo masculino e 4 mil no sexo feminino. “ O homem tem três vezes mais chance de desenvolver esse tumor que a mulher”, observaram.