Levantamentos revelam que, devido à pandemia da covid-19, o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba registrou queda de 20% nos exames de prevenção ao câncer de próstata no período de março a outubro.

Segundo o oncologista Fernando Medina, pacientes que não fizeram os exames no início da pandemia, retornaram à Unidade nos meses de setembro e outubro com o tumor em estágio mais avançado.

“O câncer de próstata é uma doença perfeitamente curável quando detectada em seu estágio inicial, mas avança rapidamente quando não tratada adequadamente”, observou o oncologista.

Segundo ele, com biópsias regulares, boa parte dos pacientes apresenta tumor em estágio clínico 1 e 2, quando a chance de cura é alta. “Ocorre que, em meio à pandemia, a maioria dos pacientes chegam ao CECAN com tumores em estágios 3 e 4, quando a cura e melhora da sobrevida são muito mais complicadas e complexas”, disse.

Números do INCA- Instituto Nacional do Câncer apontam que, só este ano no Brasil, serão registrados 65.840 novos casos da doença; mais de 15 mil deles irão a óbito. Isso porque entre os tumores mais graves, o de próstata é o segundo mais frequente nos homens, perdendo apenas para o câncer de pele.

“A alta incidência do câncer de próstata ocorre porque grande parte da população masculina não tem o hábito de ir ao médico e fazer os exames periódicos regularmente”, constatou o oncologista.

A orientação para ajudar a reverter essa estatística é que todos os homens acima dos 50 anos façam o exame da próstata. “Os que tiverem histórico do tumor na família devem começar os exames aos 45; e os que tiverem pai ou irmão com o tumor, a partir dos 40 anos”, orientou.

A boa notícia é que, de acordo com Medina, o tabu com relação ao exame de próstata tem diminuído; porém o acesso à saúde ainda é um empecilho no diagnóstico precoce. “Às vezes esse paciente procura pelo posto de saúde, mas desiste de esperar muito tempo pelo atendimento por não ter consciência da importância do exame preventivo”, disse.