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Depressão, ansiedade e angústia: como diferenciar esses sentimentos?

Devido ao estresse da vida moderna, já considerado o mal do século, cada vez mais pessoas desenvolvem sinais e sintomas da ansiedade e da depressão em pelo menos algum momento de suas vidas.

“São fatores que atingem a todos de maneira geral, mas que ocorrem com mais frequência no paciente com câncer, devido à série de sentimentos associados à doença”, disse a psicóloga do CECAN – Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, Pedrilha de Goes Baggi, durante palestra ministrada a pacientes e acompanhantes.

 

Segundo ela, estudos revelam que o diagnóstico do câncer pode afetar a saúde mental dos pacientes oncológicos e que 25% deles apresentam sintomas de ansiedade e/ou depressão. “Entender melhor esses sintomas e iniciar o tratamento o quanto antes fazem a diferença e ajudam a evitar que o paciente perca a esperança em relação a sua cura”.

Um dos sintomas que a depressão costuma provocar é uma tristeza intensa, não existindo necessariamente motivo aparente para isso. “É diferente da tristeza que a pessoa sente quando ela perde o seu cachorro ou quando vai mal na prova”, exemplifica.

Ela lembra que na depressão, a tristeza é muito persistente e a pessoa deixa de sentir prazer no que costumava gostar de fazer, como viajar, ir ao clube ou ao cinema. “Nesta fase, a pessoa sofre uma ausência de vitalidade, de energia e não uma ausência de felicidade”, explicou.

A psicóloga revela que a ansiedade, por sua vez, se manifesta através de preocupações constantes, acompanhadas normalmente por uma sensação de que “algo ruim irá acontecer”, de irritabilidade, medos exagerados e dificuldade para relaxar.

Pedrilha abordou também aspectos relacionados à angústia, que difere da ansiedade. “A angústia vem acompanhada por um sofrimento que causa uma sensação de vazio, sufocamento e descontentamento, tornando-se uma manifestação emocional perturbadora e incômoda, que pode ser confundida com ansiedade, pânico, depressão e problemas cardíacos, entre outros”, observou.

Para a psicóloga, conhecer melhor esses sinais e sintomas, certificando-se que suas ocorrências podem ser prevenidas e tratadas com apoio de profissionais preparados, amparo familiar e dos amigos, ajudam a enfrentar e superar a doença.

Ela frisou também a importância do autocuidado. “Na prática, isso significa estar em sintonia consigo mesmo, reconhecer as coisas que gosta de fazer e cuidar da saúde em todos os aspectos, fazendo escolhas saudáveis com relação à alimentação, ao lazer, ao descanso e às emoções”, finalizou.