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Prefeitura apoia programa Sábado Sem Câncer

Iniciativa é do CECAN e concederá exames gratuitos para prevenir e tratar o câncer de fígado

Com apoio da Prefeitura Municipal de Piracicaba, o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba retoma o programa Sábado Sem Câncer, disponibilizando exames gratuitos à população no próximo dia 20 de março, para detecção e tratamento da hepatite C e do câncer de fígado.

O atendimento ao público ocorrerá no período das 8 às 16 horas nas dependências da Unidade, localizada na Santa Casa, à avenida Independência, 953, onde 500 senhas serão distribuídas mediante ordem de chegada.

Embora qualquer pessoa possa participar, o grupo de maior risco para a doença engloba pessoas com idade entre 45 e 65 anos; principalmente quem sofreu transfusão de sangue, fez uso de seringas de vidro, teve ou tem doenças hepáticas e cirrose e os portadores das hepatites B ou C.

Isso porque o câncer de fígado é uma doença silenciosa que leva de dez a vinte anos para se manifestar; então quem apresentar a doença hoje, provavelmente iniciou o processo de adoecimento décadas atrás, quando os exames de sangue antes das transfusões ainda não faziam parte do protocolo de segurança, nem se tinha o tratamento para a hepatite.

“Estamos preparados para receber os participantes de mais esta Campanha, respeitando-se todas as normativas de segurança e distanciamento para que o processo transcorra com o mais alto nível de conforto e segurança”, disse o médico oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN.

Ao lado do provedor da Santa Casa, João Orlando Pavão; do diretor executivo do COC- Centro de Oncologia Campinas, Antônio Amaro; e da gestora do CECAN, Andréia Klefenz; Medina recebeu o apoio do Executivo quando foi recebido pelo prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida (DEM), juntamente com o secretário municipal de Saúde Filemon de Lima Silvano, e com o diretor da CEVISA- Centro de Vigilância em Saúde, Moisés Taglieta.

O apoio, segundo o prefeito, deve-se ao perfil preventivo da iniciativa. “Nossa meta é focar na prevenção, a exemplo do que propõe o Sábado Sem Câncer”, disse o prefeito. Ele revela que, com apoio também da DRS- Direção Regional de Saúde, a Prefeitura auxiliará fornecendo os testes rápidos para exames de sangue, bem como a sorologia para elucidação diagnóstica dos casos considerados suspeitos.

O processo de atendimento ao público promete ser rápido e dinâmico e, conforme o oncologista Fernando Medina, contará com uma equipe composta por mais de 50 profissionais, entre médicos, enfermeiros e profissionais de apoio.

Ele explica que os participantes passarão por uma consulta inicial para definição do histórico genético e familiar para a doença. Depois, eles serão submetidos à coleta de sangue para sorologia de hepatite, principal causa do câncer de fígado. Pessoas com o vírus da hepatite ou casos da doença na família, serão submetidas a ultrassom abdominal e biópsias para confirmação diagnóstica, sendo os casos positivos encaminhados para acompanhamento e tratamento gratuitos com médicos infectologistas e pato-oncologistas.

“Não há necessidade de agendamento dos exames, que são gratuitos; mas os participantes podem colaborar doando 1kg de alimento não perecível ou um pacote de fralda geriátrica a serem posteriormente doados para instituição filantrópica da cidade”, disse o médico.

Hepatites B e C podem levar à doença

O oncologista Fernando Medina lembra que a campanha quer alertar a população para a alta incidência do câncer de fígado, um dos tumores mais agressivos, e conscientizar sobre a necessidade de prevenção e tratamento da doença em seu estágio inicial, quando o índice de cura é de até 90%.

Números revelam que a incidência de câncer de fígado mais do que triplicou desde 1980, enquanto as taxas de mortalidade dobraram nesse mesmo período. “A doença, que atinge mais de 800.000 pessoas a cada ano em todo o mundo, está intimamente ligada também à infecção crônica por vírus da hepatite B ou C, infecções que levam à cirrose hepática”, disse Medina.

Ele explica que a alta letalidade da doença em seu estágio avançado torna o tratamento mais complicado. “Uma das alternativas mais viáveis é o transplante hepático, processo que esbarra na dificuldade de encontrar doador compatível”, observou o oncologista, reforçando que a prevenção é, sempre, a melhor solução.

 

Matéria publicada no jornal Gazeta de Piracicaba em 08-03-2021.