Cecan

Câncer e hipertensão arterial

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, 26 de abril, o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba lembra que as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte em todo o mundo, com incidência crescente entre os pacientes com câncer.

 

Segundo o oncologista Fernando Medina, o cenário fez com que a cárdio-oncologia evoluísse muito nas últimas décadas, ampliando o suporte aos pacientes com câncer; em especial com relação ao risco cardiovascular antes, durante e após o tratamento oncológico, seja ele cirúrgico, radioterápico e quimioterápico.

 

Ele explica que isso ocorre porque a hipertensão arterial aparece entre as cardiotoxicidades  mais prevalentes em pacientes com câncer, manifestando-se como um dos efeitos adversos das terapias oncológicas. 

 

“A prevalência de hipertensão arterial antes da quimioterapia é similar à população em geral, atingindo 29% dos indivíduos; mas, durante o tratamento do câncer, essa taxa sobe para 37%, incluindo a hipertensão severa e crises hipertensivas”, revelou.

 

O oncologista esclarece que o tipo de câncer, a incidência e a severidade da hipertensão são influenciadas pela idade do paciente, pela presença de doença cardiovascular e pelo tipo de terapia oncológica utilizada.

 

Portanto, segundo ele, o diagnóstico precoce e o tratamento da hipertensão arterial durante o tratamento dos pacientes oncológicos é extremamente importante, pois a hipertensão é um fator de risco para a insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e acidente vascular cerebral.

 

“É preciso definir, para cada paciente, as melhores estratégias para monitorar, prevenir e tratar as complicações cardiológicas durante o tratamento oncológico, para que a cardioproteção reduza a morbidade e a mortalidade associadas à cardiotoxicidade, permitindo que os pacientes recebam toda a terapia quimioterápica proposta”, disse.

 

Medina lembra que a hipertensão arterial pode ser primária, quando geneticamente determinada; ou secundária, quando decorre de outros problemas de saúde, como doenças renais, da tireoide ou das suprarrenais. Tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão podem ser os sinais de alerta; entretanto, a hipertensão geralmente é silenciosa.

 

Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento da hipertensão; sendo que o consumo exagerado de sal, associado a hábitos alimentares não adequados também colaboram para o surgimento da doença.

As principais complicações da hipertensão são derrame cerebral, também conhecido como AVC, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica.

 

A hipertensão, na grande maioria dos casos, não tem cura, mas pode ser controlada, sendo imprescindível a adoção de um estilo de vida mais saudável, com mudança de hábitos alimentares, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar e moderar o consumo de álcool, entre outros.