No Dia do Nutricionista, o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba alerta para a importância da alimentação para o sistema imunológico de qualquer pessoa, principalmente para as pessoas que estão em tratamento oncológico.
Desta forma, incluir no cardápio alimentos que aumentam a imunidade pode ser a chave para enfrentar este momento tão difícil, uma vez que os alimentos podem deixar o paciente mais forte e prevenir a perda ou excesso de peso durante o tratamento, fortalecendo o sistema imunológico.
“Quando a imunidade está em queda, um dos sinais durante a quimioterapia é a neutropenia, ou seja, a queda na produção de alguns elementos sanguíneos, como os glóbulos brancos, essenciais para o funcionamento do sistema imunológico”, disse o oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN. Segundo ele, existem alimentos que podem neutralizar ou até evitar que isso aconteça.
Medina revela que, após a descoberta do câncer, a nutrição tem merecido cada vez mais atenção para que o paciente se recupere melhor e mais rápido e tenha qualidade de vida durante todas as fases do tratamento oncológico. “O tratamento pode gerar uma série de efeitos colaterais que podem ser evitados ou amenizados com o auxílio de uma alimentação equilibrada”, orienta.
Isso porque o sistema imune é a linha de defesa do organismo contra vírus, infecções, tumores e bactérias e o que a gente come influencia diretamente na imunidade, podendo diminuir as chances de o organismo adoecer, acelerando a recuperação.
Medina revela ainda que, cerca de 80% dos pacientes com câncer apresentam desnutrição já no momento do diagnóstico devido a um desequilíbrio entre o que a pessoa come e suas necessidades nutricionais, o que compromete o seu estado nutricional. “A desnutrição em pacientes com câncer está relacionada a alterações no metabolismo por causa do tumor, a efeitos locais da doença e efeitos dos tratamentos, além de fatores psicológicos e sociais”, disse o oncologista.
Segundo ele, para evitar a desnutrição é preciso ter o acompanhamento de um nutricionista, que vai promover a triagem nutricional para avaliação dietética e da quantidade de massa muscular; avaliação nutricional para intervenções corretas e precoces, evitando a evolução do quadro de desnutrição; e por fim, o tratamento a partir do diagnóstico nutricional considerando o quadro e sintomas do paciente, que pode apresentar alterações no olfato e paladar, náuseas, vômitos, irritação dentária, mucosite ou aftas, constipação, diarréia, má absorção, infecções, dor aguda e crônica e sofrimento psíquico
“A dieta personalizada tem como objetivo melhorar a ingestão de alimentos, diminuir os desequilíbrios metabólicos, manter a massa muscular esquelética e o desempenho físico, reduzir o risco de reduções ou interrupções dos tratamentos contra o câncer, além de melhorar a qualidade de vida do paciente”, considerou Medina.
Segundo ele, para estimular a alimentação oral convencional, devem ser utilizadas estratégias de modificações de texturas ou preparações dos alimentos, aumento da frequência das refeições, distribuição de alimentos em pequenas porções e enriquecimento dos pratos com suplementos de calorias e proteínas.