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Verão aumenta ocorrência de câncer de pele

Isso porque a exposição ao sol é o principal fator de risco para o tumor de maior incidência no mundo

O verão, estação mais quente do ano que começou astronomicamente às 18h48 do dia 21 de dezembro de 2022, estende-se até as 18h24 do dia 20 de março de 2023, levando a comunidade científica a emitir alertas sobre os perigos da exposição ao sol, principal fator de risco para o câncer de pele.

“O verão no hemisfério sul, caracterizado por altas temperaturas e maior incidência de raios ultravioletas, aumenta a preocupação com as doenças decorrentes da estação, sobretudo o câncer de pele, que representa mais de 30% de todos os tipos de tumores.”, justifica o oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba.

Ele lembra que o câncer de pele é a neoplasia mais frequente no Brasil e no mundo e que, no triênio 2023/2025, 706 mil novos casos serão registrados no planeta, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Medina revela que o tumor costuma ser identificado a partir dos 45 anos de idade e pode se manifestar em diversas partes do corpo. “Porém, em mais de 80% dos casos, o câncer de pele ocorre na região da cabeça e do pescoço, ou seja, nas áreas mais comumente expostas ao sol”, alerta.

Ele explica que a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, sendo classificada em câncer de pele melanoma e não melanoma. O carcinoma basocelular  é o câncer não melanoma mais frequente e menos agressivo; e o carcinoma de células escamosas ou espinocelular, o mais agressivo. O câncer de pele melanoma, apesar de menos incidente, é o de maior gravidade pois pode  provocar metástase e levar à morte.

Sintomas

Os tumores de pele podem se apresentar como  carocinhos, lesões nodulares, ulceras e feridas que não cicatrizam e que aparecem, na maioria das vezes, nas áreas mais expostas ao sol, como região de cabeça, pescoço e membros superiores.

São lesões pigmentadas e escurecidas que podem surgir  em forma de uma nova pinta, de bordas regulares e várias colorações; ou a partir de alguma pinta pré-existente que começou e mudar de aspecto e a crescer rapidamente.

Tratamento

Segundo o oncologista Fernando Medina, na maioria das vezes, o tratamento para o câncer de pele é cirúrgico, com chances de cura de quase 100% para o carcinoma basocelular e carcinoma de células escamosas. O prognóstico para o melanoma, porém, depende do estágio da doença. “Quanto mais precoce for o tumor, maior será a chance de cura”, disse.

Prevenção

Diante da gravidade da doença, o melhor mesmo é prevenir o câncer de pele evitando a exposição excessiva ao sol durante a vida e redobrando os cuidados, principalmente em épocas de alta incidência de raios solares, como o verão, que coincide ainda com o período de férias escolares e viagens em família.

Além de protetor solar, bonés, óculos e camisetas, deve-se evitar a exposição solar entre 10h e 16h. “Mesmo que as altas temperaturas sejam mais propícias ao câncer de pele, a radiação ultravioleta exerce seu efeito o ano todo e, por isso, a prevenção do câncer de pele deve ser constante em todas as estações do ano”, concluiu o oncologista.