8 de abril é um dia muito especial para a Oncologia pois faz com que o mundo todo dedique parte de seu tempo para falar sobre o câncer de maneira mais ostensiva e lembrar que 20 milhões de pessoas vão desenvolver a doença até o final deste ano.

O alerta é do médico oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba. Segundo ele, o câncer é a segunda causa de morte por doença no mundo, acometendo sobretudo as mamas, a próstata, os pulmões e o intestino grosso. “Neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, é preciso dizer que, apesar de serem os tumores mais freqüentes e letais, eles podem ser prevenidos e detectados precocemente”, afirmou.

Ele apontou para a necessidade de programas públicos de prevenção mais eficientes com vistas ao diagnóstico precoce da doença e para a necessidade de acesso ao tratamento, uma vez que milhares de pessoas no mundo, sobretudo nos países subdesenvolvidos, ficam sem tratamento ou são subtratados por não terem condições de arcar com os altos custos das medicações.

“Isso tira a paz e enlouquece o oncologista, porque a gente quer dar o melhor para o nosso paciente e, infelizmente, ainda nos deparamos com uma série de obstáculos no sistema público de saúde, que ainda não oferta, por exemplo, tratamentos mais modernos como a imunoterapia e a terapia alvo dirigida, fundamentais para a qualidade de vida e para a sobrevida dos nossos pacientes”, argumentou.

O oncologista falou também sobre as dificuldades enfrentadas pelas comunidades mais pobres para praticar a prevenção, devido sobretudo à falta de conhecimento.

“São famílias constituídas por pessoas que lutam árdua e bravamente para cuidar de seus filhos, sem ter na maioria das vezes conhecimento de que uma mamografia pode reduzir em dois anos o diagnóstico de câncer; ou que a colonoscopia pode tratar o paciente antes que ele desenvolva um câncer de pulmão”, exemplificou Medina ao defendendo mais tomografias de rastreamento junto à população de risco como forma de diminuir a mortalidade pela doença.

“Sinto que há essa frustração na população em geral e, por isso, ao longo de seus 30 anos, o CECAN tem promovido e ampliado seus programas preventivos por meio de palestras dentro e fora da Unidade para lembrar que o câncer é uma doença que tem jeito, que tem cura e que tudo isso depende de nós mesmos”, concluiu.