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CECAN discute avanços no tratamento do câncer de ovário com mutação no BRCA

Processo repara DNA de células tumorais, conduzindo células neoplásicas à morte

Dando prosseguimento às reuniões científicas que realiza na última quarta-feira de cada mês, o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba promoveu encontro direcionado a suas equipes multiprofissionais, na manhã do último dia 30, para discutir “os avanços no tratamento do câncer de ovário com mutação no BRCA”, mantendo continuo o processo de qualificação e capacitação profissional.

Com transmissão ao vivo pelo Zoom, a reunão científica contou com abordagens feitas pela médica patologista Luciana Schultz, pelo radiologista Gustavo Kalafi, pelo cirurgião ginecológico Carlos Eduardo Godoy, pelo geneticista Danilo Vilela Viana,  pela coordenadora de diagnóstico da AstraZeneca Marina Lemos, pela radioterapeuta Karina Ishikawa e pela oncologista Helena de Almeida Saito, com mediação do oncologista Fernando Medina, diretor técnico do CECAN e do Centro de Oncologia Campinas (COC).

Ele revela que, em países desenvolvidos, o carcinoma epitelial de ovário ocupa a segunda posição em incidência entre as neoplasias malignas ginecológicas. “A maior parte dos casos continua sendo diagnosticada em fase avançada e caracterizada por implantes peritoneais e/ou disseminação linfonodal”, disse.

Ele explica que o tratamento standard consiste na combinação de cirurgia citorredutora mais quimioterapia baseada em platina. “Mesmo com bom índice de remissão completa, cerca de 70% das pacientes irão recidivar após três anos devido a um processo conhecido como mutação BRCA”, afirmou lembrando que, em condições normais, os genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2 promovem reparação do DNA (recombinação homóloga), mantendo a estabilidade genética celular.

“Neste cenário, a enzima poli-ADP ribose polimerase (PARP) trabalha no reparo ao DNA das células tumorais, conduzindo células neoplásicas à morte com a redução do risco de progressão de doença ou morte em até 70%”, revelou.