“Elas são mais que esteticistas; são verdadeiras artistas da alma ao emprestarem suas habilidades para ajudar mulheres que convivem com o câncer de mama a resgatar, por meio da micropigmentação, a estética desse órgão tão importante para a saúde física e emocional”. Com essa frase, a esteticista Ana Savoy agradeceu as 13 voluntárias que se juntaram a ela na missão de atender graciosamente pacientes em tratamento no CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, na manhã da última quinta-feira, 18, dentro da programação estabelecida pela unidade oncológica para o Outubro Rosa.

Elas vieram de Piracicaba, Jundiaí, Hortolândia, Limeira, Americana e São Paulo e, juntas, trabalharam na micropgmentação de aréolas e sobrancelhas de mais de 40 mulheres, no CECAN, onde o grupo atua há nove anos. “Sem elas, o projeto Arte Com Paixão não existiria”, disse Savoy, lembrando que, só em outubro, elas atendem a mais de 600 mulheres durante convenções de tatuagem e no Centro de Oncologia Campinas.

Segundo ela, a ação é direcionada exclusivamente a pacientes oncológicos, pois sua especialização  tem como foco a área paramédica por meio de correções de intercorrências cirúrgicas através da micropigmentação.

“Meu Deus; sou outra mulher”, surpreendeu-se a secretária administrativa Maria Estela da Silva, 54. Ela passou por uma mastectomia radical para retirada da mama direita e aproveitou o dia para refazer a aréola do seio. “O brilho dessas voluntárias ajuda a brilhar a vida de pessoas que necessitam, porque sem isso não dá para seguir em frente”, considerou Estela.

Emocionada, ela disse que teve a segunda oportunidade de viver e, hoje, está aqui para contar sua história. “Não foi fácil, mas entre viver e morrer, eu estou vivendo o meu melhor hoje, pois antes do câncer, eu tinha uma vida plena e não enxergava”, revelou afirmando que, depois da micropigmentação, ficou ainda mais bonita. “Foi um presente divino pra consolidar meu tratamento”, disse.  

Márcia Mondini Oss, de 52 anos, também adorou a iniciativa. “Trato de um câncer de mama há 16 anos e retornei, agora, para retocar a micropigmentação feita há quatro anos”, disse. Segundo ela, agora ficou mais fácil se olhar no espelho. “Estava esquisito, mas agora está perfeito; estou muito feliz”, disse.

Ao ouvir esses relatos, Ana Savoy se emociona. Ela conta que foi procurada pelo esposo de uma paciente que fez questão de lhe agradecer: “A micropigmentação aumentou a vaidade e trouxe de volta a autoestima de minha esposa, que voltou inclusive a colocar flores na casa”, contou expondo parte do resultado dessa iniciativa social e solidária.