A certeza de que a força e a inspiração do canto coral transformam pessoas, levou a musicista Tania Pacca, 59, a se enveredar pelo mundo da música com a proposta de promover o autoconhecimento e aprofundar relacionamentos. Com este objetivo, ela esteve à frente, como regente e em parceria com a pianista Francine Rigitano, da apresentação que o Coral Cocre (da Cooperativa Sicoob Cocre) fez a pacientes em tratamento no CECAN-Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba. O evento ocorreu na manhã do último dia 25, dentro da programação Outubro Rosa da Instituição.

Ao abrir o coração e agradecer pela oportunidade, Tânia falou de seu trabalho que, segundo ela, é significativo por ter o propósito de realmente ser um canal de transformação humana. “Sem esse objetivo o trabalho se perde; então o foco é utilizar o canto coral como lugar de crescimento musical, de conhecimento pessoal e, sobretudo, de transformação humana”, disse.

Ela explica que, quando cantamos, desvendamos coisas internas e próprias a cada um durante o processo de cantar em grupo para construirmos, juntos, um único som; é um momento em que as pessoas se unem presencialmente, para se sentir, se perceber a si e ao outro. Então, quando um está com problema de afinação, por exemplo, o outro dá suporte. Como deve ser na vida”, comparou.

Segundo Tania, o trabalho possibilita a reunião com pessoas, em tempos de forte conexão virtual. “Temos vivido a construção de fantasia nas mídias sociais e aqui, no canto coral, você precisa estar presente de verdade, experimentando a sua voz e criando um outro espaço de percepção”, disse.

Ela conta que a proposta de trabalhar questões humanas faz com que todos os exercícios do canto coral sejam direcionados de forma a trazer reflexões com base no entendimento de que o corpo todo canta. “A gente aquece nosso instrumento musical e revitaliza as articulações porque o corpo tem que ser flexível para cantar; e para viver no dia a dia também, pois precisamos dessa flexibilidade. Quando, a gente congela o olhar durante o aquecimento em nossos ensaios, por exemplo, podemos refletir que, na vida, a gente precisa direcionar o nosso foco”, disse a musicista, evidenciando que as dinâmicas proporcionam reflexões humanas para que as pessoas cresçam e se transformem.

Com relação ao retorno do público, Tania revela que, quando o grupo está em
sintonia, a energia compartilhada entre eles fica evidente, impactando diretamente a plateia que, por sua vez, sente, vibra e compartilha sentimentos que ajudam a transformar as sensações propostas pela intervenção musical em emoções melhores e mais vibrantes. “Quando a gente verdadeiramente oferece o nosso melhor para o outro, o público sente e participa”, disse.

Ela conta que trabalha com treinamento experiencial em empresas, tendo a música como ferramenta de desenvolvimento humano. “Além do canto coral, utilizamos outras práticas musicais que trazem essa percepção de si mesmo, das relações entre as pessoas na equipe e da vida”, explicou lembrando que o canto coral é um trabalho mais amplo e profundo que apenas cantar. “Possibilita a transformação de vidas”, afirmou.

Tania agradeceu também o apoio do Coral Cocre, que promove o canto coral por iniciativa da Cooperativa Sicoob Cocre. “O meu grande agradecimento àqueles que realmente valorizam o ser humano e viabilizam este trabalho”, externou.