O estigma e tabu que ainda permeiam o câncer fazem com que a doença seja, muitas vezes, negligenciada, como se estivesse distante de nossas vidas. O fato, entretanto, é que o câncer cresce em incidência a cada ano, fazendo um número cada vez maior de vítima.
Para se ter uma dimensão do problema, um homem morre a cada 38 minutos no Brasil, devido ao câncer de próstata, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). “O câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, sendo a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas”, disse o oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN-Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba.
Ao abrir o Novembro Azul na manhã desta quarta-feira, dia 1º, ele lembrou que o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente entre os homens, tornando-se mais perigoso na fase de metástase, quando as células cancerígenas se espalham para outras partes do corpo. “Por isso, a prevenção é tão importante para a saúde do homem”, refletiu Medina.
Ele lembra que, apesar de a doença geralmente não apresentar sintomas no estágio inicial, a dor na próstata também pode ser um indício do câncer; principalmente em seu estágio avançado. Também é possível notar alguns sintomas locais, já que a presença do câncer influencia no tamanho da glândula e causa problemas principalmente na hora de urinar.
“Não espere os sintomas aparecerem para procurar o médico”, orientou o oncologista ao falar da extrema importância dos exames de rotina para os homens. Segundo ele, uma das causas que mais prevalecem no câncer de próstata é a idade. “São raros os casos em que a doença afeta indivíduos antes dos 40 anos, pois a possibilidade do desenvolvimento aumenta 40% em homens com mais de 50 anos; risco duas vezes maior para homens com mais de 65 anos”, alertou.
Medina ressalta que, casos em que a doença se dissemina para outros órgãos, geralmente, o primeiro a ser atingido é o osso. “A metástase óssea pode ser dolorosa e provocar fraturas, compressão da medula óssea ou aumento dos níveis de cálcio sanguíneo”, explicou o médico lembrando que a remoção da próstata por cirurgia pode ser uma das opções de tratamento. “Mesmo quando realizada sob as melhores condições, a retirada da próstata pode provocar incontinência urinária e disfunção erétil”, disse.
A boa notícia em meio a isso tudo, porém, é que, mesmo sendo uma das principais causas de morte para homens no Brasil, atualmente a sobrevida para pacientes com câncer de próstata está em 94,1%, independente do estágio que foi diagnosticado. “Indivíduos com tumores diagnosticados no início tem probabilidades ainda maiores de viver mais e melhor”, ressaltou.