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Laços ganham cores para prevenir o câncer em abril

Mês é dedicado ao combate dos cânceres de testículo, esôfago e de cabeça e pescoço

O oncologista Fernando Medina defende a prevenção como melhor ação de combate ao câncer

Como existem mais de 100 tipos de câncer, que correspondem aos vários tipos de células presentes no corpo humano, inúmeros são também os laços coloridos instituídos como símbolo internacional para a luta contra o câncer, mês a mês.

Eles podem ser verdes, laranja, azul, vermelho, lilás, cinza, branco, preto, amarelo, rosa, roxo ou bege. Tem até modelos mais coloridos, que misturam as cores e trazem os pequenos laços nas versões vermelho e branco; rosa, verde e roxo; e rosa e azul.

“Como são vários os tipos da doença, diversas são as cores dos laços instituídos para lembrar que as atitudes preventivas do câncer devem ser diárias”, disse o oncologista Fernando Medina ao lembrar que, só assim, é possível evitar a doença ou fazer com que ela seja diagnosticada em seu estágio inicial. “O laço funciona, portanto, como um convite à reflexão: vamos prevenir o câncer hoje?!”, ressaltou Medina.

Ele conta que o primeiro laço cor-de-rosa foi introduzido em 1990 pela Fundação do Câncer de Mama Susan G. Komen, que ofereceu bonés cor-de-rosa aos sobreviventes do câncer de mama que participavam da Corrida para a Cura.

Atualmente, apropriando-se do poder simbólico dos laços e suas cores, as campanhas de prevenção do câncer ganham cada vez mais cor e amplitude, oferecendo doses generosas de conscientização por meio da informação levada e compartilhada por milhares de pessoas.

Segundo Fernando Medina, em abril ganham destaque os laços nas cores lilás (contra o câncer de testículo), o laço azul (contra o câncer de esôfago) e o laço vermelho e branco (contra o câncer de cabeça e pescoço).

O tumor de testículo apresenta baixo índice de mortalidade e corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens, sendo facilmente curado quando detectado precocemente. Apesar da menor prevalência, o fato de o tumor afetar predominantemente homens em idade produtiva – entre 15 e 50 anos, preocupa; sobretudo pela chance de a doença ser confundida, ou até mesmo mascarada, por inflamações geralmente transmitidas sexualmente.

Na maioria dos casos, o câncer de esôfago, por sua vez, é diagnosticado em função dos sintomas. O problema é que, na fase inicial, ele não apresenta sinais. O progresso da doença, porém, geralmente ocasiona dificuldade ou dor ao engolir, dor atrás do osso do meio do peito, dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite.

Já o câncer de cabeça e pescoço é uma neoplasia que acomete a cavidade nasal (nasofaringe), a cavidade oral (orofaringe), a laringe e a hipofaringe. Há, também os tumores das glândulas parótidas, salivares e tireoide e os que atingem os ossos da cabeça e pescoço. Os sinais e sintomas mais frequentes podem incluir o aparecimento de nódulo, ferida que não cicatriza, dor de garganta que não melhora, dificuldade para engolir e alterações na voz ou rouquidão, entre outros. É o quinto tipo de câncer mais comum no mundo, sendo o consumo de tabaco e/ou álcool os principais fatores de risco envolvidos no seu desenvolvimento.

Fernando Medina reforça que, além de possível, a prevenção para o câncer em boa parte dos casos como é algo necessário. “Não fumar, evitar bebidas alcoólicas, evitar a exposição exagerada ao sol, praticar atividade física de rotina e manter uma alimentação saudável, comendo bem, mas com moderação, minimizam os riscos de um câncer”, orientou o oncologista. Ele reforça a importância dos exames preventivos e de rotina, revelando que uma a cada duas pessoas desenvolverá algum tipo de câncer ao longo da vida.

Embora o câncer possa afetar pessoas em qualquer idade, desde recém-nascidos até idosos, a doença tem atingido mais pessoas na faixa dos 30 e 40 anos. O oncologista revela que já é possível fazer um mapeamento genético para descobrir a chance de ter câncer, por meio de um exame simples, realizado a partir da amostra de sangue ou saliva com material genético do paciente, para realizar o sequenciamento do DNA e identificar mutações genéticas que podem predispor o paciente a desenvolver câncer futuramente.