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Fevereiro Laranja é o mês de conscientização e combate à leucemia

Conhecida como ‘câncer de sangue’, enfermidade tem origem geralmente desconhecida e é o 10º tipo de tumor mais frequente no país

Embora o câncer seja apontado como uma doença complexa e multicausal, existe um conjunto importante de cânceres provenientes da exposição ocupacional e que poderiam ser evitáveis e drasticamente reduzidos, a exemplo da leucemia.

 

Caracterizada pelo acúmulo de células malignas que substituem as células sanguíneas saudáveis na medula óssea, a leucemia terá registrado 11.540 novos casos nos anos de 2023 a 2025, devido sobretudo à exposição a agrotóxicos e substâncias como o amianto, sílica, benzeno, xileno e tolueno.

 

“Os profissionais expostos a estes agentes geralmente são agricultores, operários da indústria química e construção civil, trabalhadores de laboratórios e mineradores, que têm os glóbulos brancos do sangue (leucócitos) alterados e, por isso, passam a produzir células doentes na medula óssea, substituindo as células sanguíneas saudáveis”, revela o oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN- Centro do Câncer de Santa Casa de Piracicaba. 

 

Segundo ele, é possível perceber no organismo com leucemia um acúmulo de glóbulos brancos doentes na medula óssea e, apesar de alguns fatores de risco, nem sempre é possível identificar a origem da doença”, explica Medina. Ele alerta também para fatores ligados à idade, tabagismo, histórico familiar, algumas síndromes e infecções, a depender do tipo de leucemia. “Embora não uma regra clara para a prevenção da leucemia, sabe-se que manter hábitos saudáveis de vida contribui para diminuir os riscos da doença”, considerou Medina.

 

Ele conta que existem  pelo menos 12 tipos de leucemia, sendo as mais graves a Leucemia Mielóide Aguda (LMA), a Leucemia Mielóide Crônica (LMC), a Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). Conforme orientação de especialistas, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são imprescindíveis para aumentar as chances de cura. “Neste cenário, a imunidade do paciente fica prejudicada e, em decorrência, aparecem as infecções”, revela.

 

Dentre os sintomas mais comuns da leucemia estão o aparecimento de manchas roxas pelo corpo, sangramentos na gengiva e no nariz, cansaço e fraqueza, anemia, diminuição do número de glóbulos vermelhos no sangue, febre, dor nos ossos e nas articulações.

 

Nas leucemias mais agudas, o tratamento envolve quimioterapia, controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou tratamento de infiltração no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Para outros casos, é indicado o transplante de medula óssea, tecido no qual são produzidos os elementos do sangue.

 

Segundo Fernando Medina, o desconhecimento é um dos agravantes da doença, pois o diagnóstico tardio e a própria falta de compreensão em torno da leucemia dificultam o processo de identificação e tratamento da doença, que ataca diretamente os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo.

 

“A leucemia merece um alerta geral da sociedade, principalmente porque está no rol das doenças que mais acometem os brasileiros. “Há casos em que a chance de cura contra a leucemia é grande; mas é preciso um diagnóstico precoce e tratamento adequado”, conclui o oncologista.