Com a proposta de tornar mais leve a jornada dos pacientes em tratamento oncológico, a Comissão de Eventos do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba organizou evento musical com marchinhas carnavalescas. O show será protagonizado, de forma voluntária, a partir das 10 horas do próximo dia 28 de fevereiro, por Eliane Vidal, participante do The Voice Brasil, e suas filhas, Samanta e Sabrina.
“Elas estiveram aqui no carnaval do ano passado e pudemos sentir a capacidade que a música tem de levar alegria e esperança, sobretudo, em lugares dedicados à recuperação de pessoas acometidas pelo câncer”, disse a nutricionista Pedrita Scarazatti Soave, membro da Comissão de Eventos. Segundo ela, pequenas ações, quando feitas com amor, podem transformar o dia e até a vida das pessoas em seus momentos mais difíceis.
A musicista Eliane Vidal, participante do The Voice Brasil, conta que as marchinhas de Carnaval compõem um gênero de música popular predominante no carnaval brasileiro dos anos 20 aos anos 60, quando começaram a ser substituídas pelos sambas-enredo. “A primeira marcha foi a composição de 1899 de Chiquinha Gonzaga, intitulada Ó Abre Alas, feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro”, revela.
Segundo ela, a marchinha destinada especificamente para o carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 como Pois não, de Eduardo Souto e João da Praia; Ai amor, de Freire Júnior; e O pé de anjo, de Sinhô; atingindo o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Blecaute, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo.
Eliane conta que, nos anos 80, algumas regravações chegaram a fazer sucesso, como Balancê, de João de Barro e Alberto Ribeiro – talvez a maior dupla de compositores de marchinhas – lançada por Gal Costa em 1980 e Sassaricando, de Luís Antônio, Jota Júnior e Oldemar Magalhães, gravada por Rita Lee para a trilha sonora da novela de mesmo nome.
“Trata-se de um estilo musical genuinamente alegre, vivo e divertido; que faz pulsar a alegria e a emoção, inclusive, ao despertar lembranças dos carnavais de época que ainda permeiam o inconsciente coletivo”, considerou Eliane Vidal, ressaltando a preciosa contribuição do carnaval e das marchinhas carnavalescas para a cultura popular brasileira.
“Vamos reviver um pouco dessa emoção junto aos pacientes do CECAN, tendo-se em vista o poder que a música tem de ajudar, também, no restabelecimento emocional das pessoas de forma a contribuir também para o bem-estar físico e mental”, considerou.