O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é um tipo de câncer que se desenvolve na região inferior do útero, que se conecta à vagina. Este tipo de tumor é caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado das células, causado geralmente por uma infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV) e deverá encerrar 2025 com 17 mil novos casos da doença no país.
“Trata-se de uma infecção extremamente comum , uma vez que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquirir o HPV em algum momento de suas vidas”, disse o oncologista Fernando Medina, do CECAN-Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba. Ele alerta, entretanto, que nem todas as infecções pelo HPV resultam em câncer, já que a maioria das infecções é transitória e regride espontaneamente.
Ele também cita como fatores de risco para a doença o início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais e histórico de infecções sexualmente transmissíveis; tabagismo, tendo-se em vista que produtos químicos do tabaco podem danificar o DNA das células cervicais; sistema imunológico enfraquecido; e multiparidade, ou seja ter várias gestações.
O oncologista explica que a doença se desenvolve lentamente e, nos estágios iniciais, não apresenta sintomas. “Mas, à medida que a doença progride, podem surgir sintomas como sangramento vaginal anormal, especialmente após a relação sexual; corrimento vaginal com odor desagradável; e dor pélvica ou durante a relação sexual”, disse.
Segundo Medina, o exame Papanicolau é a principal ferramenta para a detecção precoce do câncer de colo do útero, que pode ser realizado em conjunto com o teste de HPV, permitindo o tratamento precoce de forma a aumentar significativamente as chances de cura. “Se os exames iniciais indicarem alterações anormais, uma biópsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico”, disse o oncologista.
O tratamento depende do estágio da doença e pode incluir cirurgia para remoção do tecido canceroso; radioterapia com uso de radiação para destruir células cancerígenas; sessões de quimioterapia para uso de medicamentos para matar células cancerígenas ou impedir seu crescimento; e imunoterapia com medicamentos que ativam o sistema imune para reconhecer e combater as células cancerígenas.
Até o momento, a vacinação contra o HPV é uma das formas mais eficazes de prevenir o câncer de colo do útero. Ela é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos e é mais eficaz quando administrada antes do início da vida sexual.
“Também é fundamental realizar exames de rastreamento regularmente, como o Papanicolau; usar preservativos no ato sexual; limitar o número de parceiros sexuais e evitar o tabagismo”, completou Fernando Medina.