Cecan

O paciente não escolheu estar aqui; a enfermagem sim

Com esta frase, coordenadora resume importância da profissão escolhida

“A Enfermagem é uma vocação e, embora o paciente não tenha escolhido estar em tratamento na Unidade Oncológica, nós, profissionais de enfermagem, fizemos a opção de nos dedicarmos de corpo e alma a ele”, afirmou a enfermeira Ana Lúcia Henrique Alves de Souza, 46, coordenadora de enfermagem do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba.

Segundo ela, neste 12 de maio, Dia da Enfermagem, é fundamental refletir sobre a importância deste profissional, que passa a maior parte de seu tempo de trabalho ao lado do paciente, atendendo a suas necessidades, sejam elas físicas ou emocionais. “Para direcionar a assistência de enfermagem ao paciente durante as sessões de radioterapia e quimioterapia, que pode exigir imunoterapias e hormonioterapias, a equipe precisa manter um vínculo estreito e direto com os médicos. São eles que conversam inicialmente com o paciente, avaliam seu estado clínico, determinam o estágio da doença e definem o melhor tratamento que, depois, é conduzido pela enfermagem, responsável por executar tudo o que o médico prescreveu”, explica.

Por este motivo, para a coordenadora, a enfermagem é uma categoria que precisa compreender o valor de seu trabalho e ter cada vez mais consciência de seu papel no universo assistencial. Ela conta que, no CECAN, a equipe é composta por 12 enfermeiras que atuam na retaguarda assistencial, levantando problemas e apresentando soluções para que o atendimento aos mais de 300 pacientes que passam diariamente pela Unidade seja cada vez mais qualitativo e humanizado durante e após o tratamento. “Isso porque, dependendo do protocolo, alguns pacientes apresentarão eventos adversos relacionados ao tratamento; de forma que esse nível de relacionamento proporciona mais segurança e conforto diante do tratamento oncológico, que é complexo”, revela.

Diante desta complexidade, Ana Lúcia alerta também para o olhar multidisciplinar que a enfermagem deve direcionar ao paciente, acionando outras áreas que concedem suporte ao tratamento para apoio psicológico, farmacêutico, nutricional e social. “Quando percebemos que o paciente está debilitado, já fazemos os encaminhamentos necessários para que as terapias de suporte concedidas pelas equipes multidisciplinares evitem que o tratamento seja momentaneamente interrompido por conta de intercorrências que possam surgir”, disse.

Ana Lúcia lembra ainda que, diante das constantes inovações tecnológicas na área oncológica, a equipe precisa estar sempre se atualizando e se qualificando para inovação da assistência em prol do paciente. “Estamos sempre em busca de novos conhecimentos por meio de treinamentos, congressos e simpósios, incentivando as equipes a fazerem o mesmo para que a interação entre os profissionais tenha a sinergia necessária à cada tipo e nível de assistência”, disse.

Cabe também à enfermagem atuar junto aos familiares e acompanhantes, que sofrem junto com o paciente em decorrência do enfrentamento da doença. “Precisamos perceber o que está acontecendo neste universo e focar em uma assistência efetiva ao paciente, o que engloba as pessoas ao seu redor”, explica.

Neste contexto, em que o tratamento pode durar seis meses ou mais, a coordenadora revela também a importância das atividades coordenadas pela Comissão de Eventos do CECAN com vistas à humanização da assistência, por meio de atividades diferenciadas em datas específicas, como o Dia das Mães, Dia dos Pais, Festas Julinas, Outubro Rosa, Novembro Azul e campanhas preventivas, com palestras motivacionais e educacionais aos pacientes durante o ano todo. Para Ana Lúcia, isso transforma o ambiente e reduz o estigma da doença, que tem cura.

“Se a gente quer estar em um lugar, é preciso se entregar e fazer com amor, porque desta forma, o resultado surpreende e, ao final do tratamento a gente recebe aquele abraço gostoso que justifica todo empenho e comprometimento”, finalizou.