Segundo Moraes, tratamentos podem incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do tipo, tamanho e localização do tumor
Maio foi instituído como o mês de conscientização sobre os tumores cerebrais. Conhecida como Maio Cinza, a iniciativa alerta sobre os tumores no cérebro e na medula espinhal, ocorrências que compõem o câncer do sistema nervoso central (SNC).
A campanha ocorre no mundo todo e tem como objetivo conscientizar sobre os sintomas, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de combater a doença que, apesar da baixa incidência tem um elevado índice de óbitos, cerca de 9 mil/ano, causados inclusive pela demora do diagnóstico.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tumor de cérebro ocupa a 11ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil, sendo estimados 11.490 novos casos da doença para o triênio de 2023 a 2025, o equivalente a 8.833 casos por ano.
Os sintomas podem variar, mas incluem dores de cabeça persistentes, convulsões, tonturas, perda de equilíbrio, alterações visuais, problemas de fala e mudanças comportamentais. “Diante de qualquer um desses sintomas suspeitos, é fundamental procurar ajuda médica para que o diagnóstico seja feito precocemente e o tratamento iniciado o mais rápido possível”, afirma o médico oncologista André Moraes, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba.
Segundo ele, os tratamentos podem incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo do tipo, tamanho e localização do tumor. O oncologista revela que, apesar de não haver uma causa conhecida para o câncer cerebral, alguns fatores de risco podem ser identificados e, em alguns casos, medidas de prevenção podem ser adotadas. “Os fatores de risco são diversos e incluem tanto questões genéticas e hereditárias, como exposição a substâncias químicas e radiação, como fatores relacionados à saúde e ao estilo de vida.
Há também os fatores de risco não controláveis, como histórico familiar; idade, pois este tipo de tumor é mais comum em crianças pequenas e adultos mais velhos; o gênero também influencia e os homens tendem a ter uma incidência ligeiramente maior de câncer cerebral do que as mulheres. Pacientes com deficiência imunológica, como HIV, também podem ter um risco aumentado de desenvolver tumores cerebrais, assim como pessoas expostas à radiação; exposição a substâncias químicas e a alguns pesticidas e produtos químicos usados pela indústria; tabagismo, consumo de álcool e de carnes processadas, entre outros alimentos.
O uso prolongado de celulares também tem sido associado a um aumento na incidência de tumores cerebrais em indivíduos com mais de 20 anos, assim como o consumo diário e prolongado de aspartame, um adoçante artificial, e a ocorrência de traumatismos cranianos graves, especialmente aqueles que resultam em fraturas no crânio. O histórico de convulsões também tem sido associado a um aumento no risco de tumores cerebrais, que ainda são um desafio para a medicina por conta do seu caráter agressivo, já que eles evoluem muito rápido e apresentam alta taxa de mortalidade e elevado risco de recidiva.
“É importante ressaltar que a maioria dos fatores de risco para o câncer cerebral não podem ser controlados ou modificados. No entanto, a conscientização sobre os fatores de risco controláveis e a adoção de um estilo de vida saudável, como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença”, alerta o André Moraes.