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Brasil encerrará 2025 com mais de 10 mil novos casos de leucemia

CECAN alerta para importância da prevenção da doença, que pode ser de difícil tratamento

O alerta é do oncologista André Moraes, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba

Criada em 2011 pelo movimento “Eu sou Sangue”, a campanha Junho Laranja visa alertar a população sobre a leucemia com o propósito de ampliar a conscientização e apontar a necessidade de políticas públicas para a melhoria e oferta da atenção que a doença requer; sobretudo porque o diagnóstico precoce aumenta as chances de controle e cura dessa condição.

Conhecida como câncer no sangue, a leucemia também pode ocorrer em adultos, embora seja mais comum na infância. Sua principal característica é o acúmulo de células doentes na medula óssea, onde o sangue é fabricado.

Com o tempo, essas células doentes acabam substituindo as células normais do sangue, causando anemia, baixa imunidade, sangramentos, manchas roxas na pele, gânglios inchados, geralmente indolores, principalmente no pescoço e nas axilas, febre e suores noturnos, perda de peso sem motivo aparente, desconforto abdominal, aumento do volume do abdômen e dores nos ossos e nas articulações.  

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), 10.810 novos casos de leucemia serão diagnosticados no Brasil somente este ano. 

O oncologista André Moraes, diretor do CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba explica que existem vários tipos leucemia, classificados com base em seu desenvolvimento. Ela pode ser aguda ou crônica e, de acordo com o tipo de célula afetada, classifica-se em leucemia linfoide ou leucemia mieloide.

A leucemia linfoide (LLA) afeta os linfócitos, que são importantes para o sistema imunológico. É um câncer geralmente agudo, com crescimento rápido das células malignas; porém considerado um dos mais curáveis com tratamento adequado. 

Já a leucemia mieloide (LMA), mais comum em adultos, afeta as células precursoras de glóbulos brancos, hemácias e plaquetas. É mais comum em adultos, mas também pode ocorrer em crianças. Este tipo de leucemia pode ser aguda ou crônica, com crescimento rápido ou lento, dependendo do tipo específico de LMA. 

Segundo o oncologista, pacientes com leucemias crônicas, aquelas de crescimento lento, geralmente não apresentam sintomas abruptos. “Quando os sintomas surgem, costumam ser brandos, mas se agravam gradualmente”, disse.  Já os pacientes com leucemias agudas, de crescimento rápido, geralmente têm maior dificuldade de cura e apresentam sintomas que pioram em um curto intervalo de tempo.  

André Moraes revela que o tratamento para leucemia depende do tipo e estágio da doença, mas o processo geralmente envolve quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, terapia direcionada, transplante de medula óssea ou terapia com células CAR-T. 

 “A duração do tratamento pode variar de alguns meses a vários anos, dependendo do tipo de tratamento e da resposta do paciente”, disse o médico, lembrando ainda que o paciente pode apresentar efeitos colaterais, como queda de cabelo, náuseas, fadiga e aumento do risco de infecções. “Por isso, é fundamental discutir com o médico as opções de tratamento disponíveis e os possíveis efeitos colaterais antes de iniciar o tratamento”, orientou o oncologista. 

Ele alerta para a complexidade da doença, que tem causas multifatoriais e é de difícil prevenção. No entanto, segundo o especialista, adotar um estilo de vida saudável e evitar fatores de risco conhecidos pode reduzir o risco de desenvolvimento da doença. Isso inclui evitar a exposição a substâncias tóxicas, manter uma dieta equilibrada, praticar atividade física regularmente e evitar o tabagismo.