O câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer mais comum no mundo e a segunda principal causa de morte por câncer. O tratamento padrão para o câncer de cólon em estágio III — ou em estágio II com alto risco — consiste em cirurgia seguida de quimioterapia adjuvante. Ainda assim, entre 20% e 40% dos pacientes apresentam recidiva da doença.
Um estudo clínico internacional de grande porte, publicado recentemente no New England Journal of Medicine e apresentado no maior congresso de oncologia do mundo (ASCO), avaliou o impacto da atividade física supervisionada em cerca de 900 pacientes com câncer de cólon que já haviam sido operados e concluído a quimioterapia. Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu apenas orientações gerais sobre atividade física, enquanto o outro foi submetido a um programa supervisionado de exercícios por três anos.
Os resultados foram surpreendentes: os pacientes do grupo supervisionado apresentaram uma redução de 28% no risco de recidiva da doença e 37% menos chance de morrer — seja por câncer ou outras causas.
Este estudo representa um divisor de águas na oncologia. O exercício físico deixa de ser apenas uma recomendação genérica de estilo de vida e passa a ocupar o lugar de uma intervenção terapêutica eficaz, respaldada por evidência científica robusta. Para pacientes aptos, um programa estruturado de atividade física após a quimioterapia pode ser tão relevante quanto o próprio tratamento medicamentoso na prevenção de recidivas e na melhoria da sobrevida.
Fonte: N Engl J Med 2025 ; 393 : 13-25