O câncer de boca, também conhecido como câncer de cavidade oral, é o quinto tumor mais frequente em homens no Brasil, afetando principalmente os lábios (principalmente o lábio inferior), língua (sobretudo as bordas), gengivas, bochechas, céu da boca (palato) e assoalho da boca (região embaixo da língua), sobretudo de homens acima dos 40 anos e tabagistas.
Estima-se que, no Brasil, ocorram cerca de 15.000 novos casos de câncer de boca por ano, enquanto no mundo, esse número é de aproximadamente 350.000 a 389.000 casos. Trata-se de uma condição grave que requer atenção e diagnóstico precoce, o que aumenta significativamente as chances de cura, que podem ser superior a 90% se a doença for descoberta em fase inicial.
Segundo explica o oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN-Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba, de todos os tipos de câncer de boca, o carcinoma de células escamosas (CCE) é o mais comum, representando cerca de 95% dos casos. Apresenta como sintomas feridas na boca ou lábio que não cicatrizam, caroços, inchaços, áreas de dormência, sangramentos sem causa conhecida, dor na garganta que não melhora, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na parte interna da boca ou do lábio e dificuldade em falar, engolir ou respirar (em casos mais avançados).
“Os principais fatores de risco estão associados ao uso de tabaco (cigarros, charutos, cachimbo, tabaco para mascar), consumo excessivo de álcool, infecção pelo HPV, exposição excessiva ao sol (principalmente para o câncer de lábio), idade avançada, hábitos alimentares desequilibrados e imunossupressão”, disse o oncologista.
Ele revela que o diagnóstico se dá com base em exame clínico, biópsia para confirmação do diagnóstico e exames de imagem (tomografia computadorizada, ressonância magnética) para avaliar a extensão do tumor. O tratamento ocorre por meio de cirurgia para remoção do tumor, radioterapia para destruir células cancerosas, quimioterapia para uso de drogas anticâncer, imunoterapia em casos selecionados e reconstrução cirúrgica para restauração funcional e estética após a cirurgia.
Medina informa que, para prevenir a doença, recomenda-se evitar o uso de tabaco e o consumo excessivo de álcool; utilizar protetor labial com filtro solar ao se expor ao sol; adotar uma dieta equilibrada, com consumo de frutas, legumes e verduras; realizar visitas regulares ao dentista para avaliação da cavidade oral e procurar ajuda médica ao notar qualquer sinal ou sintoma suspeito.