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Elas fazem arte no CECAN

Grupo de Artesanato proporciona novas experiências a pacientes em tratamento contra o câncer

Enfeites, pesos para porta, lembrancinhas, porta-guardanapos e pintura em guardanapo. Cada peça mais linda que a outra e produzida, entre risos e conversas, por pacientes em tratamento contra o câncer no CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba.

Elas integram o Grupo de Artesanato e voltam a se encontrar nesta quarta-feira, 22, a partir das 13h30, para mais arte em declaração à vida.

A ação é coordenada pela psicóloga Pedrilha Goes, empenhada em proporcionar experiências que estimulem a socialização entre os pacientes para que eles possam ter a opção de compartilhar suas histórias, sejam elas de dúvida, medo, fé ou superação.

Segundo Pedrilha, as atividades consolidam laços que fortalecem as relações e também a determinação de lutar contra a doença. “São momentos leves e descontraídos, mas que concentram o poder extraordinário de ‘tocar’ o paciente, fazendo com que ele sinta que não está só; e que outras pessoas também enfrentam situações semelhantes à sua”, disse a psicóloga. Ela garante que ‘alimentar’ essa certeza traz amparo e encorajamento, fazendo crescer a esperança. “E isso muda tudo”, afirma.

Para viabilizar a proposta, além do lanchinho especial servido ao final dos encontros, o CECAN oferece também todo o material utilizado pelo Grupo, a exemplo das tintas, tecidos, pincéis e guardanapos. “O investimento permite que implantemos essas ações como complemento ao tratamento médico convencional, feito por meio da radioterapia e da quimioterapia”, disse Pedrilha, lembrando que as atividades ajudam a redirecionar o foco, tirando a atenção da doença.

Opinião semelhante tem a ex-paciente Arlete de Fátima Bragaia. Ela teve câncer de intestino em 2011 e, hoje, é voluntária como coordenadora de Artes junto ao Grupo. “Passei pelo câncer e hoje faço acompanhamento anual de rotina para controle da doença”, conta.

Com a propriedade que só conhecimento de causa pode proporcionar, Arlete afirma que utilizar ferramentas como o artesanato para ampliar o suporte psicológico é fundamental durante o processo de enfrentamento e tratamento da doença. “Estou no Grupo para levar apoio, mas sempre sou eu a maior beneficiada nessa troca de sentimentos e experiências que conduzem nossas percepções para o que realmente importa: a vida”, disse.

Ela garante que, se o paciente tiver fé, profissionais competentes e grandes amigas ao seu lado, não tem câncer que vença. “Assim, fica mais fácil enfrentar a tempestade”, disse Arlete, lembrando das inúmeras vezes em que precisou e em que foi um ombro amigo. “Às vezes, as pacientes chegam deprimidas e chorosas, mas depois de desabafarem e se entreterem com as atividades, elas saem renovadas”, conta.